domingo, 31 de março de 2013

Nosso arroz com feijão de cada dia!

 Produção e consumo de arroz no Brasil 
“O arroz está entre os cereais mais consumidos do mundo. O Brasil é o nono maior produtor mundial e colheu 11,26 milhões de toneladas na safra 2009/2010. A produção está distribuída nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso. Desse total, atualmente, apenas 5% é destinado à exportação.
O arroz é capaz de suprir 20% da energia e 15% da proteína necessária por dia  para um adulto, além de conter vitaminas, sais minerais, fósforo, cálcio e ferro, segundo a Organização das Nações Unidades para Agricultura e Alimentação (FAO).
No Brasil, o consumo anual é de, em média, 25 kg por habitante.” Disponível: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/arroz
            Produção e consumo de feijão no Brasil 
“O feijão está entre os alimentos mais antigos, remontando aos primeiros registros da história da humanidade. Achados arqueológicos apontam para a existência de feijoeiros domesticados cerca de 10.000 a.C. As ruínas da antiga Tróia revelam evidências de que os feijões eram o prato favorito dos guerreiros troianos. A maioria dos historiadores atribui a disseminação dos feijões no mundo motivada pelas guerras, uma vez que esse alimento fazia parte essencial da dieta dos guerreiros em marcha. Os grandes exploradores ajudaram a difundir o uso e o cultivo de feijão para as mais remotas regiões do planeta.
O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5 milhões de toneladas, correspondentes, aproximadamente, 40 tipos diferentes de feijão. Típico produto da alimentação brasileira é cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões. Os maiores são Paraná, que colheu 298 mil toneladas na safra 2009/2010, e Minas Gerais, com a produção de 214 mil toneladas no mesmo período. A produção é, praticamente, consumida pelo mercado interno.
De cada 10 brasileiros, 7 consomem feijão diariamente. O grão, típico da culinária do país, é fonte de proteína vegetal, vitaminas do complexo B e sais minerais, ferro, cálcio e fósforo. 
No Brasil, o consumo anual é de, em média, 19 kg por habitante.” Disponível:  http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/feijao
Através das informações acima, podemos fazer os seguintes cálculos: 
Considerando o censo do IBGE de 2012, a população brasileira é estimada em  193.946.886 habitantes, aproximadamente, 194 milhões de habitantes para facilitar cálculos. Supondo-se que o transporte de arroz e feijão pelo Brasil seja todo realizado pelo sistema rodoviário, através de carretas com capacidade para transportar, em média, 30.000 kg (30 ton.) cada uma, para distribuir em pontos de apoio, para posterior redistribuição aos consumidores, haverá circulando pelo Brasil, todos os dias as quantidades de:
 
Para o arroz: 
Partindo da informação de que o consumo médio de arroz é de 25 kg por habitante por ano, teremos:
68,5 g de arroz por habitante por dia, considerando a população brasileira 194 milhões de habitantes, teremos o valor de 13.289.000 kg de arroz consumidos por dia.
Se a média do transporte é de 30.000 kg por carreta, teremos então o valor de 443 carretas por dia para atender a demanda de consumo de arroz no Brasil.
 
Para o feijão: 
Partindo da informação de que o consumo médio de feijão é de 19 kg por habitante por ano, teremos:
52 g de feijão por habitante por dia, considerando a população brasileira 194 milhões de habitantes, teremos o valor de 10.000.000 kg de feijão consumidos por dia.
Se a média de transporte é de 30.000 kg por carreta, teremos então o valor de 336 carretas por dia para atender a demanda de consumo de feijão no Brasil. 
Esses números representam o Brasil e podem nos dar uma idéia de toda a logística de transporte envolvida, na qual, somente o deslocamento dos locais de produção para as centrais atacadistas envolve a circulação de, aproximadamente, 780 enormes carretas por nossas rodovias diariamente. Das centrais atacadistas estes dois cereais vão para os supermercados, mercados, armazéns e empórios e, finalmente, até a sua colocação na prateleira dos armários das nossas casas, bares e restaurantes no aguardo do seu preparo. 
O seu preparo vai consumir um total diário de, aproximadamente, 120 g por habitante (68 g de arroz + 52 g de feijão), constituindo-se no famoso prato arroz com feijão típico produto da base alimentar brasileira. Este é um exemplo de muita brasilidade.

Sol Caldeira

quarta-feira, 27 de março de 2013

Você já foi à Bahia? Os Quindins de Iaiá....

Vídeo com Aurora Miranda, Zé Carioca e Pato Donald!
Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda, nascida no Brasil, carioca da gema, atriz e cantora, assim como a irmã famosa. Tinha um ótimo relacionamento com Carmen, seguiram unidas, trabalhando e morando juntas por 12 anos. Produziu este video em 1944. Você já foi à Bahia? hummmmmm...quindins de Iaiá!!! Lindo de se ver, apreciem!!! Muita Brasilidade....


segunda-feira, 25 de março de 2013

"Um pequeno riacho não pode alcançar o oceano..."

“Um pequeno riacho não pode alcançar o oceano. Ele se perderá em algum lugar, está tão distante… Ele se perderá em algum deserto, em alguma terra árida. Mas se vários pequenos riachos se reunirem em um, tornam-se um Ganges. Então ele pode alcançar o oceano…”
Em julho de 1988, em plena ditadura do general Pinochet, 300 intelectuais e artistas participaram de “Chile Cria”, um encontro internacional de arte, ciência e cultura pela democracia no Chile. Em nome de todos os convidados, Eduardo Galeano leu o discurso de inauguração, reproduzido no livro Nós dizemos Não. Em contextos bem diversos, este texto ainda é bastante atual e diz muito sobre o que estamos criando em nossa comuna: “Dizemos não ao elogio do dinheiro e da morte. Dizemos não a um sistema que põe preço nas coisas e nas pessoas, onde quem mais tem é quem mais vale; (…) nós dizemos não a um sistema que nega comida e nega amor, que condena muitos à fome de comida e muitos mais à fome de abraços. Dizemos não à mentira. Essa cultura mentirosa que, grotescamente, especula com o amor humano para arrancar-lhe mais-valia. (…) Premiam a nossa obediência, castigam a nossa inteligência e desalentam a nossa energia criadora. Temos direito ao eco, não à voz, e os que mandam elogiam nosso talento de papagaios. Nós dizemos não: nós nos negamos a aceitar esta mediocridade como destino. Nós dizemos não ao medo. Não ao medo de dizer, ao medo de fazer, ao medo de ser.”
E dizendo não ao triste encanto do desencanto, dizemos sim ao que realmente importa: à vida, com todas as conseqüências de ter a coragem de seguir o que faz meu coração vibrar. Em 2013, seguiremos juntos e espero que, como declarou Charles Chaplin em “O Último Discurso”, a alma do homem ganhe asas e afinal comece a voar. E que todos “erguemos os olhos”!”

Por Kátia Marko 
Eduardo Galeano é jornalista e escritor uruguaio. Tive acesso ao seu trabalho através do livro, “De Pernas Pro Ar – A Escola Do Mundo ao Avesso”, uma síntese da realidade e verdades históricas, aquilo que você não aprende na escola.
Apesar de não estar indicando nenhum livro de receitas ainda...este é um autor que vale a pena conhecer para uma melhor visão de mundo. Fica a dica!

 Sol Caldeira

domingo, 24 de março de 2013

Receita: Vaca Atolada


 De acordo com Ramos (2001:5) “A cozinha Paulista se caracteriza pela simplicidade e rusticidade, como simples e rústica foi  vida dos bandeirantes e de suas famílias”.
 A Vaca Atolada é considerado um prato caipira, popular em Santa Catarina e típica comida mineira e paulista.
 Uma das hipóteses é que quando os tropeiros se dirigiam às áreas de mineração, transpondo a Serra da Mantiqueira, levavam no embornal, carne mergulhada na gordura, o que garantia alimento por muito tempo, sem deteriorar. Principalmente, por causa dos períodos de chuvas, onde o gado encalhava e não prosseguia.  Ao longo da Estrada Real ou de rios, passavam pelas chamadas rotas da mandioca, podendo colher as raízes e misturá-las, cozidas, às carnes. Aí teria nascido a receita que atravessou os séculos.  A receita de Vaca Atolada é tradicionalmente feita com costelas de boi, uma carne que não era aproveitada para compor a comida dos viajantes, e nem servia para fazer o charque ou carne seca. Mas provavelmente, uma outra hipótese, é que seja uma comida preparada após o abate do gado atolado, cozinhando as costelas e sua gordura com pedaços de aipim e cebolas.
A receita tradicional é feita com costela de boi, mas em sua casa pode ser substituída pela carne de preferência. Não é necessário se prender às tradições para realizar uma receita que se quer. Todos podemos usar de criatividade e de fazer releituras do que já existe.
Vaca Atolada:
Ingredientes para 4 pessoas:
1kg de costela de vaca, sal e pimenta do reino, 2 dentes de alho amassados, cominho, 1 suco de limão, 1 pimenta malagueta, 1 folha de louro, 1 xícara de chá de óleo, 1 cebola picada, 1 tomate picado sem pele, ½ kg de mandioca, 1 maço de cheiro verde picado.
Modo de preparo: Corte as costelas em pedaços e tempere com sal, pimenta do reino, o alho, o cominho, o limão, a pimenta malagueta e o louro. Deixe tomar gosto durante cerca de 2 horas. Passado esse tempo, aqueça o óleo em uma panela e doure a cebola. Junte o tomate, a costela e um pouco de água e deixe cozinhar por 30 mins. Enquanto isso descasque a mandioca, corte-a ao meio e elimine o fio duro do miolo. Corte em pedaços e acrescente-os à panela com a costela. Adicione o cheiro verde e mais água e deixe cozinhando por mais 1hora ou até que a carne esteja bem macia e saborosa. Sirva bem quente. (RAMOS, 2001:13)
Referência:
"A Cozinha Paulista"
RAMOS, Regina Helena de Paiva. São Paulo: Melhoramentos., 2001. 58 p.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Engenho Amizade Pura!


Como é bom amizade! Amizade verdadeira é uma preciosidade, se compara com um diamante a ser lapidado. Começa assim em um estado bruto e  ao passar o tempo, com amor, vai se tornando em uma joia. Me sinto uma pessoa rica, com algumas  joias raras colecionadas nesta vida e as ainda por vir.
Assim é a Família Basso para mim, amizade verdadeira e praticamente uma segunda família. E como amigos preciosos nos reunimos de tempos em tempos e sempre algo muito especial acontece.
Em um final de semana ensoralado tivemos um desses encontros “familiares” no Sítio dos Basso, localizado em Saltinho, para uma refeição mais que caseira, um clássico da cozinha brasileira, a vaca atolada (costela de boi cozida com mandioca) no fogão a lenha, acompanhada de arroz, feijão, farofa de banana, salada, tubaína e a cachaça do "Frangão". Deu água na boca?
Vale comentar que Edvaldo Basso, amigo e proprietário do sítio, conhecido como “Frangão” é especialista em produção de cachaça da mais alta qualidade. Tendo em seu depósito cachaça branca, no carvalho, de canela e de erva-doce.  Para quem entende do assunto ele conseguiu um produto tão bom que é apropriado para exportação.
Foi uma tarde maravilhosa em que pudemos registrar para a posteridade!


segunda-feira, 18 de março de 2013

Sustentabilidade na Cozinha

Opinião
Vou falar da minha própria experiência, como Chef de cozinha. Claro que seria o ideal podermos ter todo processo operacional baseado na sustentabilidadem, desde receber produtos orgânicos para se trabalhar, reciclar tudo, e ter zero de desperdício, mas a realidade não é bem assim na maioria das cozinhas. São vários os fatores que influenciam as tomadas de decisões necessárias para o funcionamento do processo.
Comecemos com produtos orgânicos. Um fator é o preço mais elevados, o que torna mais difícil seu uso. Outro fator relaciona-se ao fornecimento desses produtos. Há cozinhas que por seu tamanho dependem de produtos hortifrutigranjeiros frescos no período da manhã como à tarde, não podendo correr riscos da falta do produtos ou do fornecedor não atender a demanda. Além disso, deve-se considerar que se os preços dos produtos orgânicos fossem menores, teriam os produtores condições de atender a demanda? Consequentemente, a sustentabilidade, dada pelo uso dos produtos orgânicos, ainda fica para alguns privilegiados. Se você é mais exigente, poderá pelo menos verificar como os produtores trabalham com relação ao adequado manejo do solo, ciclos de culturas, mão de obra qualificada e sistema de produção, para atender os objetivos da cozinha com o atendimento aos anseios dos clientes durante todo o ano.
Outro aspecto a considerar é a reciclagem, sendo a mesma uma realidade mais próxima e possível de ser aplicada, porém não de forma absoluta, uma vez que a cozinha não está livre de causar alguns danos para a natureza. Usamos detergentes e produtos de limpeza e fica difícil ou quase impossível trabalhar sem esses produtos, para que a cozinha se apresente limpa. O óleo usado nas frituras, por exemplo, pode ser reciclado através de parcerias com empresas idôneas e especializadas neste tipo de serviço.
Agora, todos os materiais descartáveis, popularmente chamados de lixo, podem ser reciclados, devendo a cozinha ter recipientes próprios para o descarte, separando os metais, plásticos, vidros, papéis e materiais orgânicos derivados do preparo e consumo dos alimentos. Há que se lembrar de que você tem que checar as coletas desses materiais, como ela é feita, senão você recicla dentro, mas fora não dá em nada. É natural que para conseguir um bom resultado para a sustentabilidade tem que contar também com a orientação e educação dos colaboradores da casa. E isso é função do Chef ou outro responsável.
Evitar o desperdício de alimentos é outro fator e isso depende muito da consciência e criatividade dos Chefs. É necessário criar um método de reciclagem com todos os ingredientes que se possui na cozinha. Por exemplo, sobras de produtos não utilizados sempre podem se tornar um prato novo para funcionários. E até cascas e talos de legumes podem ser usados para caldos, sopas, e o que a criatividade despertar. Desperdício zero nunca vai ser realidade, pois, sempre algo se perde, mas chegar próximo a isso é uma obrigação de todos nós!
Sol Caldeira

domingo, 17 de março de 2013

sábado, 16 de março de 2013

Pensar, Ser e Realizar!

Uma Reflexão 
Pensar
Penso logo existo!
Uma das regras na prática da meditação é o não pensar. Quer dizer, o não pensar para existir? Gosto do não pensar. Dá uma sensação de plenitude. Mas o que fazer com o pensar? Ele é inquieto. A boa notícia é que não preciso pensar o que você pensa, e o outro não precisa pensar o que eu penso. Não existe regra para o pensamento, ele é livre, talvez a única liberdade real que temos, pois é o único da imaginação de cada um. Penso logo existo! Não penso, logo, para existir!
 Ser
Ser ou não ser?
Eu quero ser!O que exatamente eu quero ser? Me pergunto! Já quis ser tanta coisa. Falta de opção é o que não falta, não é?! Engraçado isso, com tantas opções e são tantas as indecisões. Me parece que quanto mais opções, mais indecisões temos. O mundo está assim agora, mais informatizado, mais globalizado e mais NÃO SER.
FALTA SER E REALIZAR!
 Sol Caldeira



sexta-feira, 15 de março de 2013

Para rir ou chorar?







Bolinhos de Chuva da Sol!

Esses dias de final de tarde com chuva me faz lembrar de bolinhos de chuva.Que coisa boa, não dá para não recordar a infância!!!
Essa receita eu incrementei um pouquinho, portanto,ela é parcialmente de autoria, pois através da receita base adicionei outros ingredientes.
 Em uma tarde fria em São Paulo, senti muita vontade de bolinhos de chuva e fui dar uma olhada na dispensa pra ver o que eu tinha e assim saiu essa receita: 
Colocar tudo em um bowl ou recipiente e misturar tudo até ficar uma massa homogênea:
  • 3 xícaras de chá de farinha de trigo (peneirar)
  • 1 colher de fermento em pó
  • 1 xícara de chá de açucar (peneirar)
  • 1 xícara de chá de leite
  • 3 ovos inteiros
A partir dessa base você pode acrescentar:
  • 1 copo de iogurte natural ou 1 xíc.de chá de leite de coco.
Com o iogurte a massa fica mais leve. Se quiser pode misturar o iogurte com o leite de coco (meio a meio).Deu muito certo comigo e com certeza vai dar certo com você também. Pode-se acrescentar frutas, como pedaços de bananas e maças ou pedaços de doce de goiaba. 
 Vai da criatividade e bom senso, pois a massa deve ficar boa para o ponto de fritura, ou seja, não deve ficar mole, mas consistente.Fritar em imersão em óleo quente, pingando a massa no óleo com uma colher. Escorrer em papel toalha e empanar em açucar e canela.
 
Seja sempre inventivo na cozinha e se divirta sem medo da experimentação.
 Recomendo realizar a receita em um dia chuvoso ao som de um de nossos sets de música do blog. Acessem "músicas para cozinhar" e se deliciem!
 
E para finalizar preparei um café e convidei um amigo do coração para nos deliciarmos!!!São os prazeres da vida...

Sol Caldeira
 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Festanças e tradições caipiras

Entre alguns, são quatro as grandes personalidades paulistas que cuidaram de preservar o riquíssimo folclore caipira, o de São Paulo: Mário de Andrade, Amadeu Amaral, Alceu Maynard de Araújo e João Chiarini. Não por acaso, apenas Mário de Andrade era paulistano; os demais, interioranos. Antes deles, o folclore surgia apenas como algo pitoresco, quase que exótico, ligado ao rural. Folclore é, porém, muito mais do que isso: conjunto de instituições, costumes, comportamentos,patrimônio material e espiritual.
Em São Paulo, as festanças e tradições caipiras começam a ser revividas. Muitas delas se perderam, outras quase se extinguiram. No entanto, há reações positivas como se a memória do povo se aguçasse à medida em que a perda da identidade, causada também pela chamada globalização, deixasse os povos inseguros. Os “caipiras” – ainda que muitos confundam, até propositalmente, a moda “country” com o sertanejo – estão de volta. Com suas danças, bailados, cantigas, rondas infantis, adivinhas, lendas, rezas, procissões, festas, instrumentos musicais, bebidas, remédios caseiros, rituais. Especialmente, as festanças populares.
 
Batuque
No folclore caipira, é dança de terreiro, com o uso de instrumentos como o tambu, mulemba, matraca, guaiá. A região “batuqueira” de São Paulo – que começa a ser reativada – localiza-se no vale médio do Tietê, com municípios tradicionais, cidades reconhecida e orgulhosamente “caipiras”: Tietê, que sempre foi tida como “capital batuqueira”, Porto Feliz, Laranjal, Pereiras, Capivari, Piracicaba, Limeira, São Pedro, Itu, Tatuí.
O batuque é dança de origem africana. Ao contrário das danças primitivas, que são de roda, o batuque se faz em duas colunas, de homens e mulheres frente à frente, que se defrontam, dando umbigadas. O batuque é conhecido, também, como umbigada. Como ritual, é visto como “dança da procriação”, por causa da sensualidade explícita entre homem e mulher. Por isso, pai e filha não podem “dançar o batuque”, não podem “dar umbigada”. Nem padrinhos com afilhadas. Soaria como algo incestuoso. Se, por descuido, isso acontece, a filha ou afilhada se desculpa: “a bênção padrinho”.
O batuque, ao tempo da escravatura, foi muito combatido pela Igreja Católica que ainda não o vê com bons olhos.
 
Cana Verde
Dá-se o nome de fandango ao conjunto de danças rurais. A mais difundida delas é, ainda, a “Cana Verde”. Muitos estudiosos confundem a “Cana Verde” com a dança de origem portuguesa “Caninha Verde”. São diferentes. Na “Cana Verde”, foi iniciada nas roças paulistas. Dançam homens e mulheres, num grande círculo, deslocando-se no sentido horário, o lado direito do corpo voltado para o interior da roda. Dançam valsando, balanceando, voltando a frente um para o outro, fazendo a meia volta. Quando um dos homens se vira à direita, todos o acompanham. As mulheres permanecem na mesma posição até que seus acompanhantes voltem para o lugar primitivo, quando, então, elas se viram para a esquerda, fazendo a meia volta. A arte está em fazer o corpo como que flutuar, no vai-vem da onda.
Os instrumentos musicais usados são a viola, o pandeiro e o reco-reco. Não há desafio, mas os homens fazem declarações de amor em quadrinhas dirigidas às moças, batendo os pés para afirmar o compasso. Uma delas, registrada por Maynard:
“Uma moça me pediu/ da cana verde uma fôia/ trêis branca, treis amarela/ aqui está, meu bem, escôia.”
A “Cana Verde” é marcadamente da região do Tietê Médio já citada e, também, do Vale do Paraíba.
 
Cateretê ou catira
É dança usada pelos catequistas, ainda difundida entre algumas regiões caipiras de São Paulo. É conhecida, também, na zona litorânea. Em São Paulo, os caipiras dançam com os pés descalços, batendo no chão, a que se dá o nome de “pisar nas cordas da viola”. São dois violeiros e cinco ou mais pares dançantes. Suas origens são vistas, por alguns estudiosos, como ameríndias.
No centro do salão, os dançadores formam duas colunas e à frente delas, um violeiro-cantador. Um dos violeiros é o “mestre”, sendo “contra-mestre” o outro. Isso quer dizer que fazem a primeira e a segunda vozes. Os violeiros cantam e batem os pés; os dançantes não cantam, mas batem pés e mãos. O violeiro saem do lugar, dão a volta por fora das colunas, retornam pelo centro, voltam a seus lugares. A isso, dá-se o nome de “vorteá e cruzá”, dar a volta e cruzar. Os dançantes aguardam os sinais e vão “parmeando e sapateando”, ou seja, batendo palmas e batendo os pés. O bater-pés é conhecido como “pateio”, em oposição ao “parmeio”, que é o bater-mãos. Os dançadores, em algumas regiões de São Paulo, usam tamancos.
O cateretê ou catira é, também, conhecido como xiba, bate-pé.
 
Autoria: Cecílio Elias Netto

quarta-feira, 13 de março de 2013

Importância da Consultoria e Assessoria na Gastronomia


Comer fora de casa é um hábito cada vez mais popular no Brasil. A correria do cotidiano, a longa distância entre casa e o trabalho e outros fatores impedem que as pessoas se desloquem para fazer as refeições em suas residências. Hoje, aproximadamente, um quarto dos gastos dos brasileiros com alimentação é realizado com refeições fora do lar. É um mercado em plena ascensão.
Para atender a crescente demanda de uma clientela exigente, quem tem um negócio no setor precisa oferecer produto de qualidade e excelente atendimento, além de ser capaz de dominar uma série de conhecimentos específicos relacionados às atividades de planejamento, organização, gestão e controle do seu negócio.
Quem é dono de um restaurante, self  service, bar , lanchonete ou pessoas que desejam abrir um empreendimento no setor necessitam de constante atualização de conhecimentos. A Consultoria apresenta orientações sobre os principais aspectos do processo de gestão nos empreendimentos do setor de alimentação fora do lar, seja em técnica e métodos para melhorar a padronização do produto, a compra de insumos, o atendimento ao cliente, a capacitação de funcionários e o controle operacional e financeiro do negócio.

Fonte: Sabor e Gestão, Sebrae.



Frutas selvagens brasileiras são cada vez mais usadas pelos chefs

Assista o vídeo Zona da Mata, uma produção fantástica com uma deliciosa receita com as frutas selvagens.


 
Acessem a matéria completa:

segunda-feira, 11 de março de 2013

O Bistecão-Uma tradição de Piracicaba

Em uma tarde pelo centro da cidade, acompanhada de meu pai, resolvemos tomar um cafézinho no Bistecão. E a partir disso começamos a conversar com o proprietário e o funcionário de anos de casa sobre a história do local e essas foram as informações que obtivemos.
Localizado no centro de Piracicaba, ao lado da Catedral, um dos mais antigos restaurantes da cidade, nada sofisticado, mas que resiste na sua simplicidade. Famoso por sua bisteca na chapa e seu café caipira (delicioso!) tirado na hora em coador de pano. O local já tem mais de 60 anos, já foi bar de rodoviária, virou o Café Americano Bar que durou por 30 anos, que iniciou a bisteca e hoje tem 30 anos com o nome de Bistecão, mantendo a tradição. A refeição que resiste ao tempo e a mais pedida é a bisteca com arroz, feijão, farofa, ovo e a tubaína Orlando, diz o proprietário.
Personalidades importantes já passaram por lá, desde Jânio Quadros e outros governadores, sendo o último o Alckmin.
Nos anos 80, negócios imobiliários, vendas de carros e outros “rolos” se resolviam ali mesmo, na famosa “prainha”, em frente ao Bistecão, em uma referência a curva de rio, pois ali paravam todos os tipos de pessoas, trabalhadores, vendedores, pescadores e todos contadores de causos!
Mas não podemos deixar de falar do cafézinho coado na hora servido no balcão. Ponto de parada estratégica.
Dica da Chef: tomar o cafézinho no balcão.
Sol Caldeira

domingo, 10 de março de 2013

Ervas Aromáticas: Alecrim

Alecrim (Rosmarinus officinalis)
Segundo Norman (2004:94), “O Alecrim é uma planta densa, lenhosa, perene e sempre-verde, oriunda do Mediterrâneo, mas há muito cultivada em zonas temperadas por toda a Europa e América. Fortemente aromático, quente e apimentado, com notas de pinho e cânfora.  As flores possuem um sabor mais suave o que as folhas. Sendo as folhas e caules os mais utilizados na culinária. O sabor do alecrim não diminui com uma cozedura longa, por isso use o alecrim com critério. Os caules mais velhos e mais fortes podem ser usados como espetos para espetadas. O alecrim é muito bom em bolachas, tanto doces como salgadas assim como na foccacia e em outros pães. É  erva essencial na composição para as ervas de Provença (alecrim, tomilho, manjerona, segurelha e louro). Vai bem com beringelas, carneiro, carne de porco, batatas, tomate, cogumelos, peixe”.
Pode ser utilizado para aromatizar azeites, vinagres, manteigas, molhos, pimentas ou o que a criatividade mandar, mas lembrem-se que é preciso saber harmonizar a quantidade usada por ser uma erva forte. Use o bom senso e o paladar. 
Outras finalidades:
"O Alecrim foi, uma das primeiras ervas utilizadas com finalidade medicinal. Na tradição popular européia, era usado para espantar o demônio e proteger contra pragas, além de preservar e temperar a carne. Nas civilizações antigas, o alecrim era considerado uma planta sagrada que podia trazer paz tanto aos vivos quanto aos mortos. Na época da peste, era levado em bolsas e no pescoço como proteção". Fonte: http://www.bioessencia.com.br/alecrim-atravez-dos-tempos/
Apesar, do Alecrim ser uma erva do Mediterrâneo, teve grande apelo aqui no Brasil não só na culinária como também através das cantigas populares infantis, uma famosa conhecida por, Alecrim Dourado.
As cantigas populares eram aprendidas com os amigos e os familiares, transmitidas oralmente dos mais velhos para os mais novos. Embalavam as brincadeiras das crianças, o trabalho dos adultos, as festas da comunidade.
Abaixo o link onde você poderá ler a letra e ouvir a cantiga do Alecrim:
Referência: "ervas aromáticas e especiarias”
Norman, Jill. Porto : Civilização, 2004. 94p.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Músicas para cozinhar - Parte 3

Em um final de semana de visita ao meu grande amigo Ednei, fui agraciada pela oportunidade de ouvir ao seu mais recente trabalho musical, acabado de sair do forno, prontinho para nossos ouvidos!
Este set é uma delícia de escutar, cozinhando e vivenciando um momento retrô!
Aproveitem, aguardem os próximos e não deixem de ouvir os anteriores....

http://www.mixcloud.com/edneimoises/boo-papee-doo/
By DJ Ednei Moisés

Doces Caseiros


Quando penso em doces caseiros tenho uma lembrança muito forte enraizada em mim da minha infância. Costumo dizer à minha mãe que esse meu interesse por culinária começou há muitos anos atrás, com 4-5 anos quando a observava preparar o tacho de doce de leite para nós, eu e meus irmãos. Adorávamos (e continuo adorando!) rapadura de doce de leite e na minha lembrança eu arrastava uma cadeira até o fogão onde observava o leite e o açúcar fervendo até reduzir e começar a escurecer e ajudava a mexer de vez em quando, mas o momento ápice era quando no ponto certo minha mãe derramava o doce de leite no mármore da cozinha já untado com manteiga e eu via aquilo escorrer lentamente e deliciosamente. Esperávamos esfriar para então cortá-lo em quadradinhos. Isso era mágico para mim!
Cada um de nós com nossas lembranças, só não podia imaginar que um “doce de leite” iria um dia mudar minha vida.
Essa é minha experiência e agora vou contar uma história de família, aqui de Piracicaba, muito bonita em que o doce caseiro transformou suas vidas.
Doces Caseiros Libardi - Mercado Municipal de Piracicaba
Carta escrita por Marília Libardi, filha do casal que iniciou tudo e que hoje faz parte da equipe da empresa familiar,
“Há males que vem para o bem. O início se deu com uma briga de casal, na qual a esposa se recusou a auxiliar o marido em seu comércio de frutas e começou a fazer alguns doces em casa e vender de porta em porta, na rua. Achando que isso não daria certo ele começou a boicotar, dando cada vez menos dinheiro para as despesas da casa. Mas ela sempre foi persistente, vendendo cada vez mais doces.
Começou com uma cesta com potinhos de 100g, depois com alguns vidros em varejões de amigos e então montou uma barraca no varejão municipal da Estação da Paulista. Nessa época quase todo o dinheiro que ela ganhava vendendo doces no varejão os três filhos comiam em pastel ali mesmo.
Foi nessa época que surgiu a oportunidade de abrirem uma banca no mercado municipal, que coincidentemente era bem em frente à banca dele, de frutas. Emprestaram dinheiro dos pais dele para fazer a reforma do local e com um balcão de segunda mão comercializavam os doces. As vendas de frutas estavam diminuindo e as de doces aumentando, sem contar que ele sempre foi apaixonado por cozinhar, então decidiram reformar a banca de frutas, a qual passou a ser a parte de comercialização e a outra banca ficou sendo só cozinha. Ele cozinhou bem e ela sabia como tratar os clientes, o que garantiu o sucesso da empresa.
Ali eles formaram os três filhos. Dois seguiram por outros caminhos, mas a filha resolveu dar continuidade ao negócio da família. Hoje, o marido faz todos os doces, a esposa vende e a filha auxilia nos dois lados.”
Hoje eles são excelência em doces caseiros aqui em Piracicaba, tudo que fazem é maravilhoso e de um capricho único, atendimento impecável, é uma perdição!!! Um dia passei por lá, fotografei e comprei uns doces. Montei os doces em um prato numa redução de caldo de cana com alecrim e ficou incrível.
Dica da Chef: Redução de caldo de cana fresco com alecrim. 
Receita: Comprar um litro de caldo de cana fresco, espremido na hora. Chegar a casa e já colocar em uma panela em fogo alto até ferver e depois diminuir o fogo no baixo para completar a redução. Adicionar um galho de alecrim e deixar ferver até chegar ao ponto napê (quase um melado). Fica maravilhoso com o toque de alecrim, experimentem.
Compartilhe conosco a sua experiência com os doces caseiros!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Linguagem de cozinha

         Linguagens mais comuns nos bastidores de uma cozinha:

“Tá osso”= está difícil, complicado, calor, expressão usada por uma sensação de desconforto.
“ Tá cozinhando o galo”= está enrolando o trabalho, está lento.
“Deu B.O”= quando faz algo de errado e vai levar bronca, ou aconteceu algum problema.
“Tá nadando”= não sabe o que esta fazendo, não esta dando conta do serviço.
 
"Tá bombando"= estabelecimento está lotado.
 
"Paulera"= qaundo dá muito movimento e a cozinha não para.

"Michael Phelps ou Phelps"= nadador profissional. Aquele que só "nada".
“Queima, Queima!!!”= ao andar pela cozinha com algo quente na mão.
“Marcha o prato ou a mesa X”= quando o chef  avisa a hora de começar a preparar o prato.
“Solta o prato ou mesa X”= já deve estar pronto para sair para o cliente.
“Finalização”= decorar e limpar o prato para sua saída.
"O puxa-saco ou lambe saco" = tem Chef que adora, mas acho insuportável!
"Lambe sal"= corno
 E algumas frases interessantes e motivadoras:
  • Jamais colocarei meu nome em um produto que não tenha em si o melhor do que há em mim”. John Deere
  • “Atender no tom é um dom”
  • “Pior do que ser cego é não ter uma visão”. Helen Keller
  • “Visão é o espetacular que nos motiva a viver o trivial”. Chris Widener
  • “O sucesso pode ser inimigo da inovação”. Richard H. Thaler
  • “Sigam-me os bons”. Chapolin
  • "Quem não quer pagar por um bom serviço com certeza não terá um bom serviço."
Deixe seu comentário, adicione novas frases e gírias comuns da sua cozinha!!!Compartilhe.


 Sol Caldeira

terça-feira, 5 de março de 2013

Piracicaba e a Tubaína


Considero muito especial falar sobre a tubaína, sendo a tubaína Orlando a mais familiar para mim, pois, quando criança eu e meus irmãos passavámos toda tarde para tomar Etubaína Orlando acompanhada de pão com mortadela ou “mortandela” na casa de meus avós paternos. Aliás algo que continuo a fazer, apesar de eles não estarem mais conosco, e que me remete a memórias incríveis. Por essa razão procurei a família Orlando para responder algumas curiosidades e o que escrevo abaixo são informações vindo diretamente da fonte, os Orlando.
Em Piracicaba, tudo começou com a família Andrade, criadora da Cotubaína, no ano de 1898, referência a expressão usada na época, para definir algo muito gostoso, que era dizer com a mão pegando na ponta da orelha: tá Cotuba!
Em 1913 a família Orlando também começou a produzi-la, conquistando seu espaço, mudando apenas o início do nome para Etubaína Orlando,  produzindo também a gengibirra, que conquistou o mercado na época com o slogan “gengibirra quando abre, logo espuma”.  Já estão na quarta geração da família tocando os negócios. É a mais antiga na região e entre as tubaínas do Brasil a ainda existir. Uma raridade.
Para esclarecer melhor, tubaínas são refrigerantes considerados populares com preços mais acessíveis, mas com um valor cultural agregado que não tem preço!
A receita original ainda é da família e o segredo para seu sabor único está na arte de misturar alguns aromas de extratos naturais e saber balanceá-los na medida certa, proeza realizada pelo filho do fundador, que adorava realizar os experimentos de paladar. Esses extratos  naturais, são originários dos frutos, sendo o mais utilizado, o de morango, além de outros como de guaraná, abacaxi e limão.
 A base para a produção de qualquer refrigerante, como as tubaínas e outras marcas tem como ingredientes para sua produção: a água gaseificada, o extrato desejado e o açúcar.
A diferença de coloração entre uma tubaína de guaraná (escura) e da gengibirra (clara) está na caramelização do açúcar e a diferença do sabor está no extrato utilizado.
A Coca-Cola, ou qualquer refrigerante de cola,  usa o extrato de noz de cola, para a denominação do nome. É um mito considerar a tubaína é menos saudável por se apresentar mais doce ao paladar. A quantidade de açúcar em uma tubaína e em outros refrigerantes conhecidos é a mesma por lei,  estabelecido em 10%. Portanto,  vamos nos desfazer de certos preconceitos e apreciar com mais valor um produto histórico e emocional, pois, com certeza faz parte da história de muitas famílias brasileiras.
Dica da Chef: Etubaína Orlando com pastel de feira e Gengibirra Orlando com pão com mortadela ou vice-versa!!!
OBS: Fotos referentes ao início da fábrica Orlando na cidade e os logo tipos que se mantém até hoje.
O link abaixo é sobre matéria realizada pela revista Prazeres da Mesa, no Tubaína Bar, onde chefs de renomes e pessoas epecializadas em tubaínas escolheram a melhor tubaína do Brasil e a nossa Etubaína Orlando ganhou em primeiro lugar empatada com a tubaína Cotuba de São José do Rio Preto. Muito orgulho e parabéns à famíla Orlando. Acessem para conferir: http://www.tubainaseafins.com.br/noticias.asp?id=22
Deixem seus comentários e lembranças boas com as tubaínas.
Sol Caldeira